terça-feira, abril 03, 2007

NHOQUES ME MORDAM!


Parecia tão fácil... Quando eu via Dona Conceição Diana, minha avó, amassando batata e farinha pra fazer os seus famosos nhoques, parecia a coisa mais simples do mundo.
Trinta anos mais tarde, eu já deveria ter desconfiado que não era tão fácil assim... Nunca mais comi nhoque que se comparasse ao dela.
Anteontem, entretanto, resolvi que ia fazer minha primeira tentativa de nhoque. Sou uma cozinheira bem razoável. Faço um trivial bacana, até arrisco uns pratinhos mais sofisticados. Não devia ser tão difícil...
Arranjei uma receita, fervi as batatas, abri a farinha e....
Duas horas depois lá estava eu, de pé, suando em bicas nesse outono do aquecimento global, lutando contra a maldita massa que se recusava a tomar forma. Enquanto eu amassava, várias coisas aconteciam. Pessoas entravam e saíam. O tempo passava. O telefone tocava. Minha filha foi dar uma voltinha, eu fiquei amassando. Ela voltou, eu continuava amassando.
Finalmente desisti, botei a maldita massa no lixo e comecei a limpar. Fiquei horas limpando as louças sujas, a mesa onde tinha feito a massa, meu avental, a sala onde eu me sentara alguns minutos... Limpei tudo, fui tomar um banho, e caí dura na cama. Dez a zero pro nhoque.
Hoje de manhã meu marido reclamou:
- Porra, tinha batata até no controle remoto.

Não, não desisti. Eu vou fazer de novo.
Tá, aprendi que a habilidade de fazer nhoque não é geneticamente transmitida. Mas eu vou tentar de novo!
Me dá só uma semana. Que esse danado vai ver uma coisa.

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