terça-feira, abril 17, 2007

LOUQUINHOS DO RIO PEQUENO


Se tem um artigo que nunca vai estar em falta nesse mundo, é louco. E não louco dessa loucura normal da gente (a mais perigosa), mas louco mesmo, pinel, tantã, doidinho, esquizofrênico, surtado.
Tem aqueles que saem atirando em todo mundo – como é o caso do cara que matou 32 pessoas numa universidade americana, esta semana. Mas qualquer pessoa que ande pelas ruas de São Paulo sabe que loucos agressivos e perigosos são raros. A maioria é mansa, não faz mal a ninguém. E alguns, inegavelmente, não deixam de ser engraçados.
Minha filha freqüenta o Rio Pequeno, e outro dia estava me contando dos malucos do bairro: figurinhas carimbadas, que todo mundo conhece. Precisavam de tratamento, coitados; mas além de loucos, deram o azar de nascer pobres. E é por isso que a gente pode ver nesse bairro da Zona Oeste gente como:

Bacalhau – Esse é o mais famoso, tem até comunidade no Orkut. O Bacalhau xinga todo mundo. Bastou passar por ele que o homem solta um monte de palavrões cabeludos, com a sua inconfundível voz grossa. Vai você andando belo e formoso pelo Rio Pequeno e pronto, o Bacalhau salta na sua frente e diz: “O dono da padaria é corno, e a mulher dele é vagabunda!”. Você leva o maior susto, mas depois começa a rir.
Coitado do Bacalhau. Diz que ficou assim por causa das drogas.

A um real – Velhinha que circula pelo bairro sempre levando uma boneca debaixo do braço. E com os peitos de fora.

Poeta – O alienado mais obediente do planeta. Tudo que você manda, ele faz. Mas o que os engraçadinhos de plantão mais gostam é de lhe pedir um poema. Poeta, então, imediatamente recita versos inéditos – e sem o menor sentido.

Papapá – Tem um jeito infalível de zoar com o coitado. É só chamar ele de Papapá. O cara fica furioso.

Homem-vírgula – É de fundir a cuca de qualquer ortopedista: o Homem-Vírgula é um sujeito que tem toda a parte superior do tronco curvada para trás. Daí o apelido. Também essa vírgula é sua única forma de expressão: ele não fala com ninguém.

2 comentários:

Anônimo disse...

A um mês atrás, mais ou menos, numa noite de sábado em que eu não tinha nada mais "intere$$ante" prá fazer fui ao videokÊ do posto de gasolina na esquina da Rio Pequeno com a Henrique Soter. Quem eu encontei lá, depois de mais ou menos uma hora? O Bacalhau!!! Que figura...Já o havia visto muitas vezes na Av. Rio Pequeno, enchendo a paciência de todo mundo do bairro, e conseguindo a atenção de alguns transeuntes que, por alguns segundos, não percebiam sua "doidice". Não é que, lá pelas tantas, depois de rodar em todas as mesas, comprimentar todo mundo como se fosse candidato a vereador pelo bairro, e filar umas cervejas da galera, o figuraça não arranca o microfone de um carinha que ia cantar um pagode??? E o pior, ele NÃO tava na vez, pela cara do "desmicrofonado"!!! O Bacalhau começou a cantar ,com aquele vozeirão de trovoada, e cantou BEM PRÁ CARAMBA!!! Aí a galera foi ao delírio, era um tal de filmar o cara no celular, tirar foto digital, assobios, aplausos, enfim, uma farra total. A galera, que estava meio "mortinha", foi prá frente, começou a dançar, e o nosso amigo "louquinho do Rio Pequeno" teve seus quinze segundos de fama. Saiu de lá como que se estivesse nas nuvens, e deve ter ido conversar com algum poste ou coisa parecida.

Sabe que eu gostei do jeito dele. É preferível ver loucos assim, mesmo que a gente saiba que eles são dignos de respeito mais do que de pena, do que ler as atrocidades que os "loucos sãos" cometem diariamente. (Roubos de vasos em cemitério, gravatas importadas, dinheiro público, e a lista de etceteras por aí vai...). Ao menos eles vivem no mundo deles, não incomodam ninguém, e só causam prejuizo para aquilo que nós convencionamos como "vida normal em sociedade".


Tá falado, agora vou tomar meu coquetel: Lexotan, gardenal e Valium, que ninguém é de ferro...rsrsrs


Abraços do Mau...Valeu!!!

Anônimo disse...

Todos os dias passo no Rio Pequeno e vou tratar de prestar atenção nesses descolados colegas, pq já que de louco todo mundo tem um pouco quem sabe eu troque umas figurinhas com eles.
Bjs