terça-feira, abril 17, 2007

STALIN


Estou lendo uma biografia chamada "Stalin – a corte do czar vermelho", que é de arrepiar os cabelos. Eu já sabia que o cara era um dos maiores carniceiros da História - pior até que Hitler, segundo alguns. Que matou e deportou milhões de pessoas. Que não poupou nem mesmo os próprios companheiros de Partido, velhos amigos do Partido Bolchevique. E também li os costumeiros psicologismos: ele era louco, paranóico, doente etc.
Aí chega a tal biografia, escrita por um historiador muito competente, Simon Sebag Montefiore. Montefiore pesquisou fontes inéditas. E apresenta um Stalin cem por cento normal. Poderia ser seu primo, seu vizinho, seu amigo de colégio... Uma simpatia de pessoa. Muito culto, adorava literatura. Mulherengo, é verdade. Mas pai dedicado, marido razoável e amigo fiel... até o momento em que mandava seus chapinhas pro pelotão de fuzilamento.
Mas isso, como diria o Dom Corleone, eram negócios.
O terror que ele promoveu na URSS não era função da sua loucura ou da sua paranóia; era uma estratégia política para lhe assegurar o poder absoluto. E quem não quer o poder absoluto?
Quando a gente vê aqueles filmes do Hitler, fica com a impressão (reconfortante, né?) de que o cara era, no mínimo, meio estranho: tinha um olhar fixo, um ar amalucado... Ufa, que alívio, era um louco. E o Stalin?
Ora, o Camarada Stalin era um sujeito legal. No mundo capitalista, provavelmente seria um executivo de sucesso, desses que não pensam duas vezes antes de fazer um "downsizing", mandar um monte de gente pra rua e ser promovido pela façanha.

Um comentário:

Tatiana Muniz disse...

É extremamente interessante a forma como a classe dominante dissimula os fatos e manipula as pessoas facilmente.
Se você estudar um pouco o que foi, na verdade, a Revolução Russa e quem realmente foi stalin e quais ideais ele seguia, você talvez entenda o que eu estou falando.