terça-feira, setembro 26, 2006

22 de setembro de 2006


Os americanos abrem estradas nessa região tão linda, compram uns carrões possantes (nunca vi tantos utilitários como aqui, haja gasolina, não é à-toa que eles precisam invadir o Iraque), correm feito loucos, e o resultado é um massacre cotidiano de animais. Só hoje, na minha caminhada diária, vi dois passarinhos, um coelho e um guaxinim mortos. Atropelados. É de cortar o coração. O que fizeram os bichinhos para merecer uma morte dessas?

Ontem estava conversando com a Rose, a moça que faz a limpeza aqui. Ela tem, pasmem, senhores, cinco filhos. Que coragem. Todos eles são “home-schooled”, ou seja, ensinados em casa, e não vão pra escola. É muito simples. Você comunica a sua opção pra Secretaria da Educação da sua cidade, ou seja lá como se chame esse órgão, e eles são obrigados a fornecer todo o material e orientações pra você ensinar as crianças em casa. E os filhos dela estão bem, entraram em universidades; pode não ser Ivy League, mas eles se viraram.
Eu já tinha ouvido falar dessa história, mas sempre achei que era coisa de puritanos fanáticos que não queriam que seus filhos se corrompessem, aprendessem Teoria da Evolução etc. A Rose não parece desse tipo – senão acho que nem estaria na Ledig House. Ela disse que hoje em dia os professores não têm o menor controle sobre a molecada e o ensino é muito ruim, eles acabam não aprendendo nada.
Claro que isso implicou um tremendo sacrifício pessoal. Ela e o marido viviam trancados em casa, ensinando a molecada.
Acho que até entendo as razões deles, mas que numa grande cidade seria impossível fazer isso. As crianças viveriam trancadas num apartamento, não teriam amigos, seria um horror. Num lugar como esse, você solta os filhos na rua e tudo bem, eles vão ser como qualquer outro moleque. Mesmo assim, acho uma opção temerária.

Resolvi acrescentar mais uns capítulos ao meu romance. Vai ter um monte de andróides. Adoro andróide!

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