terça-feira, setembro 26, 2006

25 de setembro de 2006



As folhas das árvores estão fazendo seu último vôo rumo ao chão. É bonito de se ver. Daqui a pouco fica tudo vermelho e amarelo, mas não vou pegar essa parte...
Já comprei minha passagem de trem para Nova York.

Hoje a Brigid foi embora, que pena. Vou sentir a maior falta dela. Saiu antes da hora.
Com a Brigid e a Robin, estou vendo que nem sempre é fácil você sair do seu país e conviver com outros escritores - alguns dos quais, naturalmente, vão esnobar você. Elas se deixaram intimidar.
Cara, quando você está fora do seu país, tem que conhecer sua identidade cultural, saber de onde vem, e ter um bocado de auto-estima. Eu já cheguei aqui deixando bem claro que não me considero inferior a ninguém. E faço questão de falar sempre da literatura brasileira, dos grandes escritores tipo Guimarães Rosa etc.
Não é patriotada. É pra neguinho ficar esperto: demorou quinhentos anos pra fazer a Dóris Fleury.
Mas, em geral, brasileiro quando está fora do seu país assume o complexo de vira-lata, como diria o Nélson Rodrigues. (Hoje em dia a gente poderia chamar de “complexo de Manhattan Conection...”)É tão ridículo. Só falta pedir desculpas por existir.

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