terça-feira, setembro 19, 2006

18 de setembro de 2006

Ontem o Luis foi embora, que pena – ele é uma gracinha de pessoa. À noite chegou o nosso novo pensionista, o Kjell Westö, poeta e ficcionista finlandês (o primeiro finlandês que conheço na minha vida).
Estávamos à mesa quando ele chegou. Aliás, a comida é um capítulo à parte aqui em Ledig House: nunca vi tanta, em toda minha vida. Nunca. Eles compram trezentas marcas de pão (a maioria integral, mas se quiser branco, tem), oitocentas de cereais, mil e oitocentas de iogurte, queijos de todos tipo (inclusive franceses, que são minha paixão), leite, chocolate, frutas, patê (americano adora homus, aquela pasta árabe de grão-de-bico), biscoitos, geléias, sucos... Tudo isso fica estocado numa enorme geladeira, e serve pro café-da-manhã e pro almoço.
Aí vem o jantar, às sete e meia. Cada dia tem um cozinheiro diferente, cada qual com seu estilo. A tailandesa com seus pratos exóticos; uma açoriana simpaticíssima, a Rita, que ontem nos ofereceu uma coisa muito parecida com pastéis de Santa Clara; um cara chamado Tommy, que faz uns rosbifes da hora...
Por mais que o pessoal consuma, sobra comida, e a gente fica se sentindo culpada... Outro dia estragou uma magnífica posta de salmão. É a velha história: quantas pessoas não têm nem o que comer, e nós aqui, deixando o salmão estragar!
E aí, pra resolver o problema da fome no mundo, você come feito um condenado.
Mas estou tentando maneirar... e comecei umas caminhadas pelos arredores. Senão, viro a Talentosa Escritora Brasileira Gorda.

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