terça-feira, setembro 12, 2006

7 de setembro de 2006


Vamos deixar uma coisa clara: eu não sou o tipo de maluca que liga desesperada pro terapeuta às dez horas da noite de um feriado.
- Gérson, não posso tomar esse remédio...
Eu sou o tipo de maluca que liga pro seu terapeuta às dez horas da noite de um feriado, mas só porque:
- ...diz aqui na bula que ele não pode ser usado com o meu remédio pra rinite.
(E também o tipo de maluca que sempre lê a bula.)
- Eu não sabia que você estava tomando remédio pra rinite – pondera meu bondoso terapeuta, que nem sequer me manda à merda.
- Mas você acha que tem algum problema? - pergunto, esperando que ele me diga: “que nada, isso é exagero do fabricante...”
- Acho que você NÃO deveria tomar esse remédio – ele responde. Assim, com caixa alta na partícula negativa.
- Ah... tá... brigada, desculpe incomodar – digo eu. Desligo o celular, olho à minha volta e engulo em seco.
Estou no portão de embarque 11 do Aeroporto de Cumbica, sozinha, desamparada, e vou ter de tomar um avião a seco. Sem tranqüilizante, remedinho, nem mesmo uma bebidinha.
Glup.
Duplo glup.
“Senhores passageiros do vôo 120 da Delta Airlines, com destino a Nova York...”

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